Porta malas

Já ouvimos dizer que quando o Titanic estava saindo em sua primeira viagem o capitão do navio disse a seguinte frase:
– Nem Deus afunda este navio…
Também aqui em nosso país (Brasil), o presidente que já estava eleito Sr. Tancredo Neves disse a seguinte frase antes de assumir a presidência:
– Agora nem Deus impede que eu suba a rampa do planalto…
O Sr. Tancredo Neves faleceu e nem chegou a colocar os pés na rampa do planalto.
Aconteceu na cidade de Londrina-PR uma cidade de 500 mil habitantes, um fato que chamou muito a atenção dos bombeiros no início do mês de setembro de 2004.
Uma jovem de 19 anos que começou a beber e usar drogas saiu para mais uma de suas “noitadas“ com mais quatro jovens entre eles um menor de idade de apenas 13 anos. Os rapazes passaram em sua casa, chamaram a moça e pelo que tudo indica já estavam embriagados com o som do carro em alto volume e bebendo.
A mãe da moça desesperada acompanhou-a até o carro e disse a seguinte frase para eles: Deus acompanhe vocês… Ouviu-se uma gargalhada dentro do carro e a moça tirou a cabeça para fora e disse para sua mãe:
– Só se Ele for no porta-malas, porque aqui está lotado…
Não demorou muito o motorista em alta velocidade perdeu o controle do carro em uma avenida e bateu de frente em um poste, os cinco ocupantes do carro vieram a falecer. Havia drogas e bebidas dentro do carro. Quando a perícia técnica e os bombeiros chegaram ao local ficaram surpresos, pois o carro estava totalmente destruído, mas o porta-malas estava intacto.
Quando os bombeiros abriram o porta-malas ficaram assustados com o que viram: Havia dentro do porta-malas uma bandeja com 34 ovos e nenhum deles se quebrou.
Cuidado com o que diz! Deus, sempre ouve suas palavras! A palavra tem poder pra vida e pra morte!
“Ter problemas na vida é inevitável, ser derrotado por eles é opcional”
“Só Deus tem o poder de mudar sua vida, confie nele e peça para ele estar em sua vida e em suas decisões, porque ele não se intromete na vida de ninguém, sem ser chamado.”

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Para ler quando estiver sozinho

Eu tinha 13 anos. Por necessidades do trabalho de meu pai, nos mudamos para uma cidade muito longe de onde eu nasci e cresci. Me tornei um adolescente problemático.

Sempre irritado e rebelde, sem nenhuma consideração por qualquer coisa que meus pais falassem ou fizessem por mim. Assim como muitos adolescentes, me esforcei para fugir de tudo que não combinasse com meu jeito de ver o mundo. Rejeitei qualquer oferta de amor. De fato, eu me irritava com a simples menção da palavra amor.
Uma noite, após um dia particularmente difícil, fui para o meu quarto, fechei a porta e pulei na cama. Quando, na privacidade de minha cama, coloquei minhas mãos sob o travesseiro, encontrei um envelope. Puxei-o e no envelope estava escrito: “Para você ler quando estiver sozinho”.

Já que eu estava sozinho, ninguém saberia se eu li ou não, assim eu o abri. Estava escrito:
“Mike, eu sei que sua vida está difícil agora, eu sei que você está frustrado e eu sei que nós não fazemos as coisas certas.
Mas sei também que te amo muito e nada do que você faça ou diga mudará isso. Estarei sempre aqui se você precisar conversar, e se você não quiser, tudo bem. Saiba apenas que não importa onde você vá ou o que você faça de sua vida, sempre irei te amar e estarei orgulhosa em tê-lo como meu filho.

Estou aqui por você e amo você, e isso nunca mudará.
Com amor, Mamãe.”
Aquele foi o primeiro de diversos bilhetes “Para você ler quando estiver sozinho”.
Hoje viajo pelo mundo, fazendo palestras, procurando ajudar as pessoas. Certa vez, ao final de um seminário, uma senhora me procurou e contou sobre as dificuldades que tinha com seu filho. Caminhamos pela praia, e eu lhe contei sobre o eterno amor de minha mãe e sobre o

“Para você ler quando estiver sozinho”. Semanas mais tarde, eu recebi um cartão onde ela contava que tinha escrito sua primeira carta e deixado para seu filho.
Naquela noite quando fui para a cama, coloquei minhas mãos sob meu travesseiro e lembrei do relevo que sentia cada vez que recebia uma carta. No meio de meus turbulentos anos de adolescência, as cartas foram a garantia que eu poderia ser amado apesar de tudo.

Antes de adormecer, agradeço à Deus que minha mãe tenha sabido tudo o que eu, um irritado adolescente, precisava. Hoje, quando os mares da vida começam uma tempestade, eu sei que debaixo de meu travesseiro há essa garantia de que o amor – amor consistente, vigilante e incondicional – trará a calmaria.

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A nota justa

Eu fui uma dessas crianças afortunadas para quem aprender foi fácil. Assim, quando eu me tornei mãe, eu assumi naturalmente que se eu lesse bastante para minhas crianças e lhes oferecesse brincadeiras e jogos educacionais, além de divertidos, eles seguiriam meus passos.

Amanda, minha primeira filha, estava indo muito bem. Ela aprendia depressa e tinha boas notas. Porém, embora eu praticasse os mesmos métodos com meu segundo filho, Eric, eu sentia que para ele a vida seria um desafio, não só para os seus professores, mas para o próprio Eric e eu mesma.

Eu fiz a minha parte para aquela doce e amorosa criança, que nunca foi um problema de disciplina para qualquer um. Eu tinha certeza de que a lição de casa era completamente feita à cada noite, mantive contato com os seus professores e o inscrevi em todos os programas que a escola oferecesse. Mas, não importava o quanto ele lutasse, boletins cheios de Cs eram recebidos com frustração e lágrimas. Eu podia ver o desânimo em seu rosto e temia que ele perdesse todo o interesse.

Onde eu teria fracassado com meu filho? Eu gostaria de saber. Por que eu não conseguia motivar-lhe a ter sucesso?
Eric tinha dezesseis anos quando meus olhos se abriram. Estávamos sentados na sala de estar quando o telefone tocou; um comunicado de que meu pai tinha sofrido um ataque de coração e morrido aos setenta e nove anos de idade.

“Papai”, era como Eric lhe chamava, tinha sido muito importante na vida de meu pequeno menino durante os primeiros cinco anos. Desde que meu marido começou a trabalhar à noite e dormir durante o dia, era papai que o levava para cortar o cabelo, tomar sorvete e jogar futebol. Papai era o amigo número um dele.

Quando meu pai partiu e voltou à sua cidade natal, Eric ficou meio perdido sem ele. Mas o tempo curou essas feridas. Lentamente, ele foi entendendo a necessidade do avô de procurar por velhos amigos e raízes do passado. Para Eric, os telefonemas e as visitas do avô que ele amava tinham uma importância muito grande.

Durante o velório, em certo momento, eu percebi que Eric não estava ao me lado. Me virei para procurá-lo e o notei perto da entrada ajudando um ancião, um dos muitos velhos amigos de meu pai, a subir os degraus. Por muito tempo Eric ficou ali, ajudando à todos que entravam, apoiava-os pelo braço e os levava até o avô para os últimos cumprimentos.

Na hora do enterro, um funcionário da funerária mencionou que precisava de pessoas que ajudassem a carregar o caixão. Eric disse imediatamente,
– Por favor senhor, eu posso ajudar?
O funcionário sugeriu que era melhor que ele ficasse com a irmã dele e comigo. Eric sacudiu a cabeça.
– Meu papai me levou quando eu era pequeno. – Ele disse – Agora é minha vez de levá-lo.

Ele tem agora vinte anos e continua esparramando a sua bondade, senso de humor e compaixão para com todos os seres humanos que encontra, onde quer que vá. Hoje eu me pergunto,
– Que diferença fazem as notas de ciências e de matemática? Quando um jovem faz o melhor que pode, ele merece um “A” de coração.

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Casa ou lar ?

O que será mais importante para nós: uma casa ou um lar? Existe uma grande preocupação com a casa. São importantes o estilo, o tamanho e o número de peças, os móveis e, claro, cada coisa no seu lugar.

Nas viagens a passeio vamos adquirindo mais e mais coisas para enfeitar a casa: quadros, tapetes, bibelôs, cristais. E cada objeto vai ganhando o seu lugar especial, de particular destaque.

Enquanto não chegam as crianças, quase tudo vai bem, mas quando elas chegam, começa a se tornar difícil se ter uma casa bem cuidada.

Alguns chegam ao exagero de ocultar brinquedos das crianças, porque elas fazem bagunça demais. Esquecem que, quando se tornarem adultas, elas não necessitarão mais de brinquedos.

Esquecem que, quando elas crescerem, sentiremos saudades dos brinquedos espalhados, da bicicleta deitada no jardim, da bola esquecida no quintal.

Um dia, um pai, depois de ouvir o estardalhaço e as reclamações da esposa sobre o estado de sua casa, perguntou:
– Afinal, o que você quer: uma casa ou um lar?

As palavras soaram para ela como uma bomba. Ele tinha razão. E seus olhos se voltaram para um quadro que tinha comprado algum tempo atrás e se encontrava na parede da sala.

Talvez Deus quisesse lhe dar uma mensagem, dizendo que ela deveria modificar as suas prioridades, pensou.

O quadro mostrava uma antiga roda de vagão de trem, encostada em um pilar, prestes a apodrecer. O mato ameaçava tomar conta das flores silvestres que cresciam perto de sua base.

No topo do pilar, havia uma velha caixa de correspondência amassada, cuja porta sustentava-se no lugar apenas por uma dobradiça enferrujada.

Dentro, protegidos em seu ninho de galhos secos, quatro filhotes aguardavam a refeição. A cautelosa mãe estava empoleirada no galho de um arbusto retorcido que se sobressaía do outro lado da abertura da caixa de correspondência.

A mãe passarinho havia escolhido o local do ninho com muito cuidado. Naquele local precário, seus filhotes estariam protegidos do sol e da chuva, enquanto ela e seu companheiro procuravam comida.

Aquela pequenina ave não estava preocupada com o que seus vizinhos poderiam pensar ou se seu ninho passaria pelo teste de controle de qualidade.

A mensagem da pintura era muito simples: a casa não faz o lar. O lar é construção da família. O lar é produto do carinho e do amor. Resultado do saber eleger prioridades.

Assim, quando você tiver que escolher entre uma casa totalmente limpa e arrumada e as necessidades de sua família, pense um pouco.

Se sua filha lhe convidar para jogar com ela e você tiver uma pilha de roupas para lavar, pense que as roupas sempre necessitarão de sua atenção, mas um dia aquela garotinha parará de convidar você para jogar com ela.

Se seu filho lhe convidar para jogar bola e você estiver pensando em colocar em ordem a sua biblioteca, a sua sala de estudos, pense que os livros, os papéis continuarão sempre necessitando de ordem e limpeza, mas o seu garotinho crescerá e deixará de convidar você para chutar bola com ele.

Naturalmente, você não dará todo o seu tempo aos seus filhos, mas terá o bom senso necessário para administrá-lo bem, a fim de que entre as coisas da casa e as coisas mais importantes do lar, estas últimas sejam prioritárias.

Arrume sua casa e a mantenha em ordem, mas não esqueça de colocar flores de ternura nos vasos do seu lar, nem de regá-las com a água da paciência.

Quando descobrir rabiscos nas paredes, peça a seus filhos para os limparem, mas antes admire o arco-íris que eles pintaram.

Quando aparecerem marcas de dedos nas janelas, providencie a limpeza, mas antes fotografe todos os dedinhos com a câmara do seu coração para sempre os lembrar.

E quando descobrir brinquedos quebrados, agradeça a Deus, que sejam somente brinquedos e não os corações amados dos seus filhos, jóias preciosas da sua existência.

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Um ato de amor

Aquele era um dia dos mais felizes na vida de André. Afinal, ele iria realizar seu grande sonho: mergulhar na piscina grande do clube.

Seu pai havia lhe prometido que, quando ele completasse cinco anos de idade, poderia entrar na piscina dos adultos. Na companhia do pai, é claro.

O pequeno André estava radiante naquela manhã ensolarada de domingo. Ele e o pai chegaram cedo ao clube. E como o pai precisava fazer o exame médico, pediu ao filho que o aguardasse por alguns minutos.

Mas André, que não via a hora de pular naquele mar de águas azuis, tão logo o pai se afastou, correu para a piscina e mergulhou com vontade.

Foi só depois do mergulho que ele se deu conta de que aquela piscina não tinha fundo. Acostumado com a piscina rasa onde sentia seus pezinhos firmes no chão, não desconfiava que a piscina grande era diferente.

Aqueles foram os segundos mais dolorosos da sua existência… A água entrando em seus pequenos pulmões… Seus bracinhos frágeis tentando alcançar a superfície, respirar… Tudo em vão.

Ao redor, o silêncio…

André percebeu que não adiantava mais lutar… Resolveu parar de se debater e dormir…

Tudo foi ficando longe, a angústia passou e ele sentiu que uma mão iluminada se estendia na sua direção…

Percebeu, ao longe, um túnel de luz que o atraía… Entregou-se àquele sono diferente… E nada mais percebeu.

Algum tempo depois André recobrou os sentidos, mas já não estava mais na água, estava no hospital… Os pais, em desespero, vibraram quando ele deu os primeiros sinais de vida…

Os anos se passaram e André nunca esqueceu aquele episódio.

Na sua juventude, foi que seu pai lhe contou como ele havia sido salvo. Um homem bom que passava pela piscina naquele dia distante, viu algo estranho no fundo da água e perguntou a outro homem, que também estava nas proximidades, o que era aquilo.

O outro disse que talvez fosse um desses garotos testando por quanto tempo poderia ficar sem respirar.

Mas o homem bom não se contentou com a resposta. Mergulhou imediatamente e descobriu o corpo do garoto, quase sem vida. Retirou-o da água e constatou que seu corpo já estava todo roxo. Não podia perder nenhum minuto. Começou ali mesmo os procedimentos para reavivar aquele corpinho inerte. Com as técnicas adequadas conseguiu reativar seu coraçãozinho e o garoto foi levado às pressas para o hospital.

Mas o mais importante dessa história, foi o homem que salvou a vida de André. Como ele sabia as técnicas exatas para efetuar aquele salvamento? Na verdade essa habilidade lhe custou muito caro. Um dia ele viu seu filho pequeno morrer daquela mesma forma, porque não sabia o que fazer…

Com o coração dilacerado de dor, aquele pai prometeu a si mesmo que jamais deixaria alguém morrer na sua frente por falta de socorro. Fez cursos e aprendeu todos os procedimentos para atendimentos de emergência. E foi assim que ele conseguiu fazer com que o pequeno André recuperasse os sinais vitais e conseguisse chegar vivo até o pronto socorro.

Tudo porque aquele pai não se deixou abater pela dor. Pelo contrário, viu na dor um grande desafio. O desafio de ser um agente de Deus junto aos seus filhos. O desafio de ser um agente do bem.

Um pai… Uma dor… Uma nobre decisão… Um grande exemplo.

E quanto a André? Terá feito jus a essa segunda chance recebida? Sim, é claro! Hoje ele é o jovem pai de dois meninos. Seus pulmões foram poupados para que ele fosse um excelente saxofonista e alegrasse o mundo através da música.

Um garoto e seu sonho inocente… Um homem bom… Uma bela história…

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O Bosque

Um médico, cujo “hobby” era plantar árvores no enorme quintal de sua casa. Às vezes, observava da minha janela o seu esforço para plantar árvores e mais árvores, todos os dias.

O que mais chamava a atenção, entretanto, era o fato de que ele jamais regava as mudas que plantava. Passei a notar, depois de algum tempo, que suas árvores estavam demorando muito para crescer.

Certo dia, resolvi então aproximar-me do médico e perguntei se ele não tinha receio de que as árvores não crescessem, pois percebia que ele nunca as regava. Foi quando, com um ar orgulhoso, ele me descreveu sua fantástica teoria.

Disse-me que, se regasse suas plantas, as raízes se acomodariam na superfície e ficariam sempre esperando pela água mais fácil, vinda de cima.

Como ele não as regava, as árvores demorariam mais para crescer, mas suas raízes tenderiam a migrar para o fundo, em busca da água e das várias fontes nutrientes encontradas nas camadas mais inferiores do solo.

Assim, segundo ele, as árvores teriam raízes profundas e seriam mais resistentes às intempéries.

Disse-me ainda, que freqüentemente dava uma palmadinha nas suas árvores, com um jornal enrolado, e que fazia isso para que se mantivessem sempre acordadas e atentas.

Essa foi a única conversa que tive com aquele meu vizinho.
Logo depois, fui morar em outro país, e nunca mais o encontrei. Vários anos depois, ao retornar do exterior fui dar uma olhada na minha antiga residência.

Ao aproximar-me, notei um bosque que não havia antes.
Meu antigo vizinho, havia realizado seu sonho! O curioso é que aquele era um dia de um vento muito forte e gelado, em que as árvores da rua estavam arqueadas, como se não estivessem resistindo ao rigor do inverno.

Entretanto, ao aproximar-me do quintal do médico, notei como estavam sólidas as suas árvores: praticamente não se moviam, resistindo implacavelmente àquela ventania toda. Que efeito curioso, pensei eu…

As adversidades pela qual aquelas árvores tinham passado, levando palmadelas e tendo sido privadas de água, pareciam tê-las beneficiado de um modo que o conforto o tratamento mais fácil jamais conseguiriam.

Todas as noites, antes de ir me deitar, dou sempre uma olhada em meus filhos. Debruço-me sobre suas camas e observo como têm crescido. Freqüentemente, oro por eles. Na maioria das vezes, peço para que suas vidas sejam fáceis:

“Meu Deus, livre meus filhos de todas as dificuldades e agressões desse mundo”… Tenho pensado, entretanto, que é hora de alterar minhas orações. Essa mudança tem a ver com o fato de que é inevitável que os ventos gelados e fortes nos atinjam e aos nossos filhos.

Sei que eles encontrarão inúmeros problemas e que, portanto, minhas orações para que as dificuldades não ocorram, têm sido ingênuas demais. Sempre haverá uma tempestade, ocorrendo em algum lugar.

Portanto, pretendo mudar minhas orações. Farei isso porque, quer nós queiramos ou não, a vida é não é muito fácil.

Ao contrário do que tenho feito, passarei a orar para que meus filhos cresçam com raízes profundas, de tal forma que possam retirar energia das melhores fontes, das mais divinas, que se encontram nos locais mais remotos.

Oramos demais para termos facilidades, mas na verdade o que precisamos fazer é pedir para desenvolver raízes fortes e profundas, de tal modo que quando as tempestades chegarem e os ventos gelados soprarem, resistiremos bravamente, ao invés de sermos subjugados e varridos para longe.

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Um beija-flor

Era uma vez um beija-flor que vivia procurando uma flor… mas não qualquer flor, tinha que ser especial, notável. Visitou vários jardins, conheceu muitas flores, belas e formosas, mas seu pequeno coração almejava algo maior, não que as flores fossem vazias, pelo contrário, muitas estavam cheias de néctar, mas ele não se sentia bem e com seu bater de asas saia voando para outros jardins…

Em terra distante, cansado de voar, querendo apenas descansar o beija-flor resolveu parar… Era um jardim vazio como nunca tinha visto antes… E no meio dele tinha a flor miúda e murcha, e perto dela ele chegou… Ela se disse magoada e cansada de sofrer, sozinha estava a espera de um único amor… Um único beija-flor.

Ele pra ela deu carinho e afeto, a fecundou com o pólen do amor e a flor na mais linda se tornou… Com o tempo o jardim rico e cheio de vida ficou. E o beija-flor só para ela se entregou.

A flor pediu para que o beija flor prometesse que não visitaria mais nenhuma flor, que não voaria com seus amigos e seus insetos não caçaria mais… Deslumbrado com a beleza da flor e a riqueza de seu jardim, acreditando que só dela poderia viver, o beija flor concordou… E ali ficou, nunca mais voou para outro lugar.

Fazia tudo pela flor, trazia água, fazia sombra em dias quentes, a protegia dos ventos da vida, velava seu sono. Um dia porém a flor seu néctar negou. Sem saber o que fazer o beija-flor perguntou
– Por que? –
A flor respondeu
– Suas asas trazem pó e sujeira para minhas pétalas, me sinto suja quando você vem…

O beija-flor não podia acreditar naquilo que ouvia… Não sabia mais pra onde ia… Sentiu-se culpado pela perda, sentiu-se pequeno e se entregou a essa dor.

Suas asas, depois de tanto tempo sem voar, já não suportavam seu peso, e dali não podia sair… Sem o néctar não tinha mais energia e conseqüentemente não podia caçar seu alimento… Foi perdendo as forças e acabou no chão, sobre a sombra de sua ex-flor, ali no chão, suplicou, mas a flor não ouviu, aos seus apelos não escutou. Ele pediu néctar para alçar mais um vôo, mas a flor simplesmente negou e no frio e ao relento ela o deixou.

Quase que desacordado o beija-flor escutou uma voz suave a lhe chamar:
– beija-flor, beija-flor…
Ele ao se virar observou um velho amigo que há muito tempo não via, outro beija-flor… Ele lhe trazia um pouco de néctar, com aquilo o beija-flor novamente voou, foi um vôo pequeno, mas em outro jardim ele chegou, cansado próximo ao chão ele pousou e uma flor de campo ele encontrou.

A flor do campo a ele seu néctar ofereceu… O beija-flor que tinha se esquecido de voar, pela outra flor sua vida ele deixou de levar, mas para aquela simples flor do campo ele resolveu se entregar… Ela jamais lhe pediu algo em troca, e ele finalmente pode compreender a diferença entre a privação e a doação.

Hoje ele ainda esta reaprendendo a voar, mas felizmente ele encontrou aquilo que no principio estava procurando, algo maior, que não estava na beleza nem na riqueza, mas que se encontrava na pureza e na simplicidade de uma flor do campo, o amor verdadeiro.

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Ouvindo Deus

Eram aproximadamente 10 horas quando um jovem começou a dirigir-se para casa. Sentado no seu carro, ele começou a pedir:
– “Deus! Se ainda falas com as pessoas, fale comigo. Eu irei ouví-lo. Farei tudo para obedecer”.

Enquanto dirigia pela rua principal da cidade, ele teve um pensamento muito estranho: ‘Pare e compre um galão de leite’. Ele balançou a cabeça e falou alto: ‘Deus? É o Senhor?’ Ele não obteve resposta e continuou dirigindo-se para casa. Porém, novamente, surgiu o pensamento: ‘Compre um galão de leite’.

O jovem pensou em Samuel seu filho e como ele não reconheceu a voz de Deus, ele continuou.
Isso não parece ser um teste de obediência muito difícil… Ele poderia também usar o leite. O jovem parou, comprou o leite e reiniciou o caminho de casa.

Quando ele passava pela sétima rua, novamente ele sentiu um pedido: ‘Vire naquela rua’. Isso é loucura… – pensou – e, passou direto pelo retorno.

Novamente ele sentiu que deveria ter virado na sétima rua. No retorno seguinte, ele virou e dirigiu-se pela sétima rua.
Meio brincalhão, ele falou alto: ‘Muito bem, Deus. Eu farei’. Ele passou por algumas quadras quando de repente sentiu que devia parar. Ele brecou e olhou em volta.

Era uma área mista de comércio e residência. Não era a melhor área, mas também não era a pior da vizinhança. Os estabelecimentos estavam fechados e a maioria das casas estavam escuras, como se as pessoas já tivessem ido dormir, exceto uma do outro lado que estava acesa. Novamente, ele sentiu algo: ‘Vá e dê o leite para as pessoas que estão naquela casa do outro lado da rua’. O jovem olhou a casa. Ele começou a abrir a porta, mas voltou a sentar-se.’Senhor, isso é loucura.

Como posso ir para uma casa estranha no meio da noite?’.
Mais uma vez, ele sentiu que deveria ir e dar o leite. Inicialmente, ele abriu a porta… ‘Muito Bem, Deus, se é o Senhor, eu irei e entregarei o leite àquelas pessoas.

Se o Senhor quer que eu pareça uma pessoa louca, muito bem. Eu quero ser obediente. Acho que isso vai contar para alguma coisa, contudo, se eles não responderem imediatamente, eu vou embora daqui’.
Ele atravessou a rua e tocou a campainha.

Ele pôde ouvir um barulho vindo de dentro, parecido com o choro de uma criança. A voz de um homem soou alto: ‘Quem está aí? O que você quer?’ A porta abriu-se, em pé, estava um homem vestido de jeans e camiseta. Ele desconhecido em pé na sua soleira. ‘O que é? ‘.

O jovem entregou-lhe o galão de leite. ‘Comprei isto para vocês’. O homem pegou o leite e correu para dentro falando alto. A mulher pegou o leite e foi para a cozinha. O homem a seguia segurando nos braços uma criança que chorava.

Lágrimas corriam pela face do homem e, ele começou a falar, meio soluçando: ‘Nós oramos. Tínhamos muitas contas para pagar este mês e o nosso dinheiro havia acabado.

Não tínhamos mais leite para o nosso bebê. Apenas orei e pedi a Deus que me mostrasse uma maneira de conseguir leite’. Sua esposa gritou lá da cozinha: Pedi a Deus para mandar um anjo com um pouco… Você é um anjo?‘ O jovem pegou a sua carteira e tirou todo dinheiro que havia nela e colocou-o na mão do homem.

Ele voltou-se e foi para o carro, enquanto as lágrimas corriam pela sua face. Ele experimentou que Deus ainda responde os pedidos.
Tenham muita Luz e muita Paz. Que DEUS nos Ilumine!!!

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Sabedoria na doação

Não é raro que, na ânsia de fazer o bem, nos disponhamos a dar coisas, distribuir alimentos. Não é raro também se ouvir frases de decepção, do tipo: As pessoas nunca estão satisfeitas.

Se ofereço sopa, elas perguntam se não há algo mais. Se distribuo roupas, reclamam da cor e do modelo. Ou ainda: Acredita que o andarilho falou que não queria o cobertor?

Essas situações nos remetem a uma outra, vivida no século passado, durante a revolução cultural da China. Fang era uma pessoa compreensiva e receptiva a novas idéias.

Uma das grandes realizações dos Guardas Vermelhos fora a criação de escolas noturnas, cujo objetivo era transmitir aos camponeses as idéias comunistas de Mao.

Todos recebiam cópias do Livro Vermelho. Fang era analfabeta. Por isso, dois jovens e entusiasmados Guardas Vermelhos decidiram ensiná-la a ler. Ela nunca chegou a reconhecer palavras isoladas. Mas, conseguiu memorizar parágrafos inteiros dos ensinamentos de Mao.

Enquanto lavava a roupa, limpava a casa, costurava ou cozinhava, seus lábios se moviam. Ela recitava, em silêncio, passagens do Livro Vermelho. Por isso, foi considerada uma aluna-modelo.

Pouco tempo passado, duas jovens da Brigada Vermelha foram visitá-la. Desejavam verificar seus progressos na leitura. Fang disse que estava ocupada, que elas voltassem depois.

Naquela manhã, o carvão usado se recusava a acender e o pequeno cômodo estava tomado pela fumaça. As moças se foram, mas, voltaram logo depois, insistindo que era preciso verificar se a senhora entendera os ensinamentos do Livro Vermelho de Mao.

Tinham de entregar, naquela noite, um relatório ao líder do grupo. Fang ficou impaciente. Ela pediu que uma das moças assumisse seu lugar na cozinha, que a outra tentasse acender o fogo. Elas se entreolharam confusas. Então, a camponesa desabafou:

Eu poderia passar todos os dias, por todo o resto da minha vida, decorando os ensinamentos de Mao. Mas quero saber: Quem vai arrumar, limpar e cozinhar? Quem vai dar banho nos meus sete filhos, costurar as roupas deles, preparar três refeições por dia, todo santo dia?

Quem vai fazer mágica para conseguir cozinhar? Vocês pensam que as palavras do Presidente Mao enchem barriga? Se vocês vierem aqui todos os dias para me ajudar nas minhas tarefas, eu aprendo o que quer que queiram me ensinar. E muito mais.

As moças foram embora, sem dizer nada. E nunca mais voltaram àquela casa.

Desejando fazer o bem, analise o que especialmente as pessoas que você pensa auxiliar, necessitam. Algumas carecem de pão, outras necessitarão agasalho. Alguém pedirá que você lhe decifre o alfabeto. Outro mais desejará dinheiro para se locomover a determinado local. Aquele sonha em freqüentar bancos escolares.

Pense nisso: o importante não é dar. É dar com sabedoria a cada um aquilo de que carece e anseia.

Desta forma, o seu benefício alcançará superiores objetivos, suprindo a real necessidade.

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Fábula da convivência

Durante uma glaciação, muito remota, quando parte do globo terrestre se achava coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram, indefesos, por não se adaptarem as condições do clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porcos-espinho, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e mais.
Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro e, todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando mais tempo aquele inverno tenebroso.
Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhe forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte.
Afastaram-se feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se, por não suportarem mais tempo os espinhos do seus semelhantes. Doíam muito… Mas, essa não foi a melhor solução, afastados, separados, logo começaram a morre congelados.
Os que não morreram voltaram a se aproximar, pouco, com jeitos, com precaução, de tal forma que unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem mágoa, sem causar danos recíprocos.
Assim suportaram-se resistindo à longa era glacial. Sobreviveram.
É fácil trocar palavras, difícil é interpretar os silêncios! É fácil caminhar lado a lado, difícil é saber como se encontrar! É fácil beijar o rosto, difícil é chegar ao coração! É fácil apertar as mãos, difícil é reter o seu calor! É fácil sentir o amor, difícil é conter a sua torrente!

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